segunda-feira, 3 de junho de 2013

Degustação as cegas de vinhos da Toscana


3o  Encontro da Confraria


Mais um intervalo grande sem novas postagens e consequentemente muita coisa pra escrever.
O assunto de hoje é o 3o encontro de nossa confraria, o tema sugerido foram vinhos da Toscana, assunto extenso, que poderia render inúmeros posts, mas colocarei aqui apenas os resultados de mais uma degustação as cegas de vinhos bem interessantes.

Foram 5 vinhos escolhidos aleatoriamente, um Nobile de Montepulciano, um Chianti clássico, um Brunello de Montalcino, um Rosso de Montalcino e um Supertoscano. Nenhum dele ultrapassando o valor de R$150,00. A pontuação foi de 0 a 10 e no final, eliminei a menor e a pior nota de cada vinho, sendo um total possível de 60 pontos.

5o lugar – 39,5 pontos
Brunello de Montalcino Il Poggione 2007 (R$ 130,00)

Talvez um pouco injustiçado por ter apenas 6 anos de garrafa e ainda não ter atingido a sua maturidade (sabemos que os Brunellos atingem o seu auge após 15, 20 anos de garrafa). Agradou muito pouco, as opiniões foram que estava muito ácido e alcóolico. Curioso é que fiz um post sobre esse vinho, um safra 2005, que na época me agradou bastante. Clique aqui para ler

4o lugar – 42 pontos
Chianti Classico Mannucci Droandi Ceppeto Riserva 2009 ( R$49,00)

Um corte de 90% Sangiovese e 10% Merlot, aparentou ser mais encorpado e com mais taninos presentes do que os demais

3o lugar – 46,5 pontos
Nobile de Montepulciano Gattavecchi 2006 (R$58,00)

O “nobre” de Montepulciano corte de Prugnolo gentile (clone de Sangiovese ) com uma pequena porcentagem de Canaiolo. Estava bastante frutado e equilibrado, durante a degustação eu tinha certeza que se tratava do supertoscano.

2o lugar – 48 pontos
Rosso de Montalcino Collosorbo 2010 (R$ 70,00)

Grande supresa da noite, perdeu  o 1o lugar em disputa apertada, sendo que particularmente foi o meu preferido.  Mas ganhou como melhor custo benefício da noite. Muito frutado, leve, um vinho muito fácil e agradável de ser bebido.

1o lugar
Ornellaia Le Volte 2008  (R$ 140,00)

O vinho mais simples da famosa Tenuta dell’ Ornellaia. Corte de 50% Sangiovese, 40% Merlot e 10% Cabernet Sauvignon. Foi o que agradou a maioria, muito aroma de frutas e no paladar com acidez muito bem equilibrada.


sábado, 5 de janeiro de 2013

Espumantes brasileiros

Tema da Confraria de Janeiro : Espumantes brasileiros

O tema do encontro de nossa confraria esse mês foram os espumantes brasileiros, Charmat x Champegnoise. Escolhi 5 garrafas da seguinte forma, 2 espumantes elaborados pelo método Charmat, um mais caro e teoricamente mais famoso e um mais "simples". E da mesma forma para os 2 exemplares elaborados pelo método Champegnoise. Como intruso coloquei uma garrafa de um Cava. 

Acho as degustações as cegas sensacionais pois servem para quebrar alguns mitos e preconceitos e nos ajuda a entender que o mais importante é o gosto pessoal de cada um. O resultado final foi surpreendente e está relatado abaixo.

O único não cego na degustação era eu, que fiquei encarregado de escolher, comprar e servir os espumantes. Cada participante deu notas de 0 a 10, a menor nota e a maior de cada espumante foram excluídas e a nota máxima seria então 70 pontos.

5o lugar - 33 pontos - Cava Marrugat Brut (R$: 34,90)

Os Cavas são ótimos pelo seu custo benefício, apesar de ninguem ter achado um espumante ruim, foi só classificado como inferior aos outros degustados, talvez fosse o menos aromático da noite e esse tenha sido o motivo

4o lugar - 44 pontos - Miolo Millésime 2009 (R$ 89,90)

Talvez o resultado mais surpreendente da noite, famoso espumante brasileiro que ja representou bem o Brasil em vários concursos, o espumante top de linha da Miolo, produzido apenas em anos de safras muito boas, fica cerca de 20 meses fermentando em garrafa. A maioria o achou levemente adocicado, o que soa até estranho em se tratando de um Brut

3o lugar - 58 pontos - Chandon Reserve Brut  (R$ 59,90)

Um dos mais populares espumantes da Chandon no Brasil, feito pelo método Charmat, agradou bastante, frutado na medida certa o que não o torna enjoativo.

2o lugar - 59 pontos - Salton Brut (24,90)

Outra surpresa, esse espumante da Salton é muito honesto, agradou bastante, bem equlibrado e refrescante e pelo preço, um campeão do bom custo benefício.

1o lugar - 60 pontos - Miolo Cuvée Tradition Brut (R$ 32,90)

Na minha opinião a Miolo acertou a mão com esse espumante elaborado pelo método tradicional. Há muito tempo que sou fã desse exemplar pelo que ele entrega pelo preço. Bolhas muito pequenas, acidez na medida certa e um leve toque de leveduras mas sem nenhum amargor.

Espumantes na ordem em que foram servidos da esquerda para a direita


Confraria dos Amiguis






domingo, 2 de dezembro de 2012

Confraria dos Amiguis

Confraria : Pinot noir

Nesse sabado fizemos a primeira reunião da nossa confraria. O tema sugerido foi pinot noir de diferentes países.  É minha uva preferida e como disse André Tchelistcheff, " Deus fez a cabernet, o Diabo fez a pinot noir" tamanha é a dificuldade de cultivo dessa casta. Enfim, cada integrante trouxe um vinho ja envolto em papel aluminio, o que possibilitou que eu tambem pudesse permanecer cego durante a degustação. Para deixar um pouco mais interessante, acrescentei uma garrafa de tempranillo  Ribera del Duero. O resultado está descrito abaixo. Atribuimos notas de 0 a 5 e ao final eliminei a menor e a maior nota de cada um, sendo a pontuação máxima 30 pontos.

5o lugar - 12 pontos
Montes Pinot Noir 2010 -  Vale de Casablanca - Chile

Foi o segundo a ser degustado e apesar de ser um vinho ate relativamente bem visto pelo custo beneficio , foi unanimidade a falta de equilibrio devido ao gosto de alcool muito evidente. Alguns entendidos criticam os pinot noir da America do Sul por serem ou muito alcoolicos ou muito amadeirados e nesse caso não foi diferente.

3o lugar - empatados com 17 pontos 
Trinity Hill Pinot Noir 2010 e Finca Resalso Emilio Moro 2010 (Tempranillo)

O neozelandes se mostrou pouco complexo, ficou no meio do caminho, não chamou muita atenção e tambem não desagradou. Escolhi a tempranillo pois esperava que por ser mais leve e frutada pudesse ser confundida com um pinot, mas me enganei, a cor mais escura ja chamou atenção e o sabor bem mais encorpado e com taninos mais presentes. No momento da degustação quase todos ja perceberam que era o vinho "penetra"
2o lugar - 24 pontos
Chateau de Mercey Antonin Rodet Mercurey 2008

Os grandes borgonhas são muito caros e vem em sua maioria de Côte d'Or. Mas ao sul, em Côte Chalonnaise são produzidos em alguns vilarejos bons borgonhas por preços mais acessiveis. Mercurey é um deles e ja há algum tempo aprecio os vinhos de Antonin Rodet.
Muito equilibrado, sabor de fruta evidente e alcool quase imperceptível, um otimo vinho na minha opinião.

1o lugar - 28 pontos

Redtree Pinot Noir 2009 - California 

Após o resultado fui pesquisar sobre esse vinho que eu não conhecia e achei alguns fatos curiosos. É um vinho que custa cerca de 10 dolares nos EUA e ja recebeu 88 pontos da wine spectator e logo apos foi muito mal avaliado e criticado por uma série de criticos.
Foi o campeão da noite, muito sabor de fruta, agradável no olfato e paladar, a garrafa acabou rapidamente, um belissimo exemplar de pinot noir da California na nossa opinião


domingo, 2 de setembro de 2012

Chateauneuf Du Pape Laurence Féraud 2006

Chateauneuf du Pape é uma AOC de vinho da França que fica na região sudeste, próxima ao vilarejo de mesmo nome. A AOC permite 13 variedades de uva, mas os vinhos geralmente são dominados pela Grenache. Esse ótimo Chateauneuf Du Pape Laurence Feraud estava em promoção na Grand Cru na última semana por incríveis 1/4 do preço usual. Além da Grenache, leva em sua composição também Syrah e Mourvedre. Descansa em barricas de carvalho por cerca de 2 anos antes de ir para a garrafa. Como ainda está jovem ( é um vinho que pode ser guardado por até 15 anos) achei muito encorpado e nem por isso enjoativo, muitas notas de café e couro principalmente, um excelente vinho.


terça-feira, 28 de agosto de 2012

Tignanello 2005

Já se vão 4 meses desde a última postagem, inclusive a idéia de colocar aqui os relatos da viagem em ordem cronológica com os vinhos que degustamos na Alsácia perdeu um pouco o sentido. Foram 4 meses de ausência devido a mudança de casa e por isso muito trabalho, que ainda não acabou. Mas enfim, o post de hoje é pra falar de um dos vinhos que eu mais aguardava pra beber da minha adega. 

Essa garrafa de Tignanello 2005 eu adquiri em uma pequena loja de vinhos em  Orvieto, em maio de 2011. A ocasião para a degustação foi o aniversário da Pri, na última quinta-feira. Estávamos sem fome e tomamos a garrafa sem nenhum acompanhamento, para um vinho tinto, não lembro qual foi a última vez que bebemos assim. É logico que a expectativa criada e o nome do vinho envolvido falseia um pouco o quanto ao quanto apreciamos o vinho, até por se tratar de uma safra, 2005, não tão reconhecida como outras. 

É um supertoscano composto de 85% Sangiovese, 10% Cabernet Sauvignon e 5% Cabernet Franc. Na boca, mostrou-se encorpado,  mas não com a potência exagerada ca cabernet que as vezes me incomoda, equilibrado, com  taninos ja mais macios pelos seus 7 anos de garrafa. Não apareceu também aquele amargor que costuma aparecer em alguns vinhos ja no final da garrafa. Resumindo, um vinhaço. Pena que seu preço não nos permite toma-lo com frequência. Custou-me 50 euros, mas aqui so conseguimos por mais de R$400,00.



quinta-feira, 19 de abril de 2012

Visita a Dr. Loosen

Sempre que viajamos para roteiros onde o vinho é a principal atração, gosto de experimentar de tudo, dos vinhos de mesa nos restaurantes mais simples até vinhos genéricos sem rótulos vendidos em taças. Além disso programamos visitas a produtores conhecidos. O escolhido no vale do Mosela foi a Dr. Loosen pela fama que seus vinhos alcançam. Segundo Jancis Robinson foi Ernst Loosen quem "inseriu o vinho alemão no cenário mundial no século XXI". 
A sede da vinícola fica em Bernkastel a 50km de Trier onde estávamos. Fomos muito bem recebidos numa manhã fria e chuvosa de sábado em uma bonita propriedade nas margens do Mosela. A degustação custa 17 Euros por pessoa e são servidos 8 vinhos. Confesso que da terceira taça em diante fica difícil identificar as particularidades de cada rótulo (não foi servido nada para limpar o paladar e os 8 vinhos foram servidos todos na mesma taça em sequencia). Apesar disso a degustação foi muito boa. Os vinhos da Dr. Loosen são muito refrescantes, ácidos, mas muito bem equilibrados, alguns com teor alcoolico de apenas 7%, o que os torna extremamente fáceis e agradáveis de beber. Abaixo o menu dos vinhos servidos e algumas das garrafas que trouxemos. O Wehlener Sonnenuhr chamou muito a atenção pelo fato de ter um começo levemente adocicado e um final muito seco e apenas 7,5% de graduação alcoolica.





















A pequena e simpática Bernkastel, sede da vinícola

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Winebar informal e barato....pena que não é no Brasil

Trier fica quase na fronteira da Alemanha com a França e Luxemburgo, cidade muito antiga (fundada ano 16 a.C.) que tem a Porta Nigra, antiga porta de entrada da cidade uma de suas principais atrações. Ficamos na cidade por 4 noites pois é uma ótima base para explorar o vale do Mosela e arredores. 
Apesar da cidade ter algumas boas atrações, o que mais me chamou a atenção e se tornou meu ponto preferido foi esse "quiosque" de vinhos na praça do mercado, próxima a Porta Nigra. 
Trata-se de um pequeno produtor de vinhos em um espaço onde vende seus vinhos em taças e as pessoas que estão passando por ali passeando, fazendo compras, (ou maridos esperando que as mulheres façam compras) param um pouco e em pé mesmo, de maneira bem informal tomam uma taça de vinho enquanto conversam. Eles ainda oferecem cestinhas com torradas para acompanhar como cortesia. Tirei uma foto do "menu" dos vinhos, que em Euro são muito baratos e mesmo convertendo pra Real ainda ficam com o preço muito bom. 



Porta Nigra